24.1.10

Revisão

Vão mas é trabalhar


      «Aliás, o índice a longo prazo estabelecido pela consultora Ernst & Young para a generalidade dos países considerados confere grande importância, comparativa, ao investimento na energia eólica (85%) e, menos, ao investimento na energia solar (5%) e noutras energias renováveis (10%)» (Conjunturas & Tendências, Glória Rebelo. Lisboa: Edições Sílabo, 2009, p. 88).
      Os nomes das empresas, se estrangeiras, grafam-se em itálico, é isso? Parece-se que sim: «No mesmo mês em que um estudo do Deutsche Bank previa que o nível de vida espanhol alcance o alemão em 2008, o Governo de José Luís Zapatero assinava — na presença dos secretários-gerais das duas centrais sindicais, a CCOO e a UGT e dos residentes das confederações empregadoras CEOE e CEPYME — um histórico acordo laboral e anunciava a reforma do sistema público de Segurança Social» (idem, ibidem, p. 102). Umas páginas à frente, porém, a regra muda: «E, curiosamente, a semana passada a Bloomberg, citando o South China Morning Post anunciava que o Grupo Santander, o BBVA, a General Electric Capital, entre outros, manifestam interesse em participar no capital do banco chinês China Citic Bank» (idem, ibidem, p. 135). Mais exemplos: «Não obstante, ao longo de 2006 muitas empresas internacionais procuraram Portugal como destino de investimento: Ikea, Repsol, Abertis, Advansa, Netjet e os grupos turísticos Aman Resorts, Starwood e Hilton» (idem, ibidem, p. 170).
      Alguém podia alegar a génese, a origem da obra, para explicar estas incongruências, mas esse seria um argumento supinamente desonesto. A obra reúne cem artigos de opinião publicados pela autora no Jornal de Negócios e no Expresso. Para efeitos de publicação em livro, porém, devia ser, para a editora, como se tivesse saído da gaveta ou do disco rígido da autora. O trabalho de harmonização, de uniformização tem sempre de ser feito. E feito por quem sabe, não pelo sobrinho por ser sobrinho ou por curiosos porque estão desempregados.

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