«Eu creio que há pessoas que nos desafiam, nos desconcertam sobretudo, por nos obrigarem a mudar radicalmente os nossos modelos rotinados de pensar e de agir, e creio que Maria de Lourdes Pintasilgo [1930–2004] foi claramente uma dessas pessoas e que marcou, por isso mesmo, acima de tudo por isso, a segunda metade do século XX em Portugal» (José Manuel Pureza, Conselho Superior, Antena 1, 21.1.2010).
Já aqui me tinha referido ao adjectivo rotinado, tendo então afirmado que, em relação à oralidade, mais espontânea, livre, improvisada, temos de ser mais tolerantes, tanto mais que quase nada do que se diz passa à escrita. Neste caso, porém, são textos escritos para serem lidos, pelo que não há essa desculpa.
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3 comentários:
Então é só esperar que apareça num dicionário para se poder começar a usar?
É claro que não. Use-o já a partir de hoje — se chegar à conclusão de que precisa dele (e será uma conclusão oposta à minha) para exprimir o que pretende.
Podia o autor do dito, mantendo a pureza da língua, ter dito: «...por nos obrigarem a mudar radicalmente os nossos modelos rotineiros de pensar e de agir...».
Embora, se é radicalmente, bastasse dizer: «...por nos obrigarem a mudar radicalmente os nossos modelos de pensar e de agir...», mas talvez seja radicalismo a mais!
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