«A vingança não era nada de novo para os Moslawis» (Fim de Tarde em Mossul, Lynne O’Donnell. Tradução de Ana Saldanha. Queluz de Baixo: Editorial Presença, 2008, p. 8).
O uso do termo «Moslawis» obrigou a tradutora a redigir uma nota de rodapé — escusadamente. Há muitos tradutores que gostam deste recurso, que, pessoalmente, acho completamente inútil. Que interesse pode ter para o leitor português saber que os naturais e moradores da cidade iraquiana de Mossul se chamam a si próprios Moslawis? Alternativas? Já indiquei uma: naturais de Mossul. Outra: forjamos um gentílico. Mossulenses. Não precisa de pegar, não é esse o objectivo, mas sim funcionar na obra.
A propósito, sabiam que o nome musselina, o tecido leve e transparente, de algodão, lã ou seda, muito usado no vestuário feminino, provém do nome da cidade de Mossul? Fiquei a saber com esta obra. «O algodão tornou-se uma das suas principais produções, beneficiando da água abundante que corria dos cumes das montanhas, e o tecido simples desenvolvido pelos tecelães locais recebeu um nome derivado do da cidade: musselina» (idem, ibidem, p. 53). E o plural de tecelão não é tecelões?
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