«Sempre achei que não precisamos de saber tudo. Aqui há uns anos, no decorrer de uma daquelas redistribuições do espaço frequentes no Expresso, ficámos todos a saber que um colega nosso, um rapaz educado e asseadíssimo, cultivava secretamente o hábito de arquivar debaixo do tampo da secretária as catotas que extraía do nariz. A descoberta do nojento cemitério de burriés secos foi um choque. Nesta vida há uma data de coisas que é preferível ignorarmos» («As catotas, as escutas e o tubo da pasta de dentes», Jorge Fiel, Diário de Notícias, 18.2.210, p. 9).
Já não me lembrava — e nos anos 80 li de fio a pavio o Grande Dicionário da Língua Portuguesa coordenado por José Pedro Machado — da palavra catota. Na página da Internet do Diário de Notícias, um anónimo lembra que em Cabo Verde a palavra tem outro significado, nada que se pareça com mucosidade nasal ressequida: é um vulgarismo para órgão sexual feminino.
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