O ponto de partida era um texto em língua inglesa: «He gathered about Him a group of disciples, prominent among who were Simon bar Jonah and his brother Andrew, and the two sons of Zebedee, John and James. The formation of “the twelve” was a choice of Jesus Himself in His ministry.» Em português, vê-se de tudo: Simão Bar-Jonas, Simão Barjonas, Simão bar Jonas, Simão Bar Jonas. Na cultura familiar da época, os filhos eram nomeados pelo patronímico: «Jesus disse-lhe em resposta: “És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que to revelou, mas o meu Pai que está no Céu» (Mt 16, 17). «Simão bar [filho de] Jonas». Na Vulgata, e concretamente no Evangelium Secundum Matthaeum, lê-se: «Respondens autem Iesus dixit ei: “Beatus es, Simon Bariona, quia caro et sanguis non revelavit tibi sed Pater meus, qui in caelis est.”» Este costume, na realidade, perdurou, um pouco modificado, até há pouco tempo nos meios rurais e nas pequenas vilas portuguesas. O Joaquim [filho] da Brígida. Mas voltando ao bar. Só quando o aramaico substituiu o hebraico como língua falada é que bar se veio substituir a ben, mas o significado é o mesmo. Imanuel ben-Iossef, conhecem?
[Post 3200]
3 comentários:
No interior do Nordeste brasileiro, onde a língua portuguesa ainda mostra laivos de arcaísmo, usa-se dizer fulano de sicrano, barrer, ancho e outras preciosidades que resistem ao tempo.
Permita-me, Helder, deixar aqui o melhor exemplo de fulano de sicrano, no auto de João Cabral de Melo Neto, "Morte e Vida Severina";
"- O meu nome é Severino, não tenho outro de pia./
Como há muitos Severinos, que é santo de romaria,/
deram então de me chamar Severino de Maria;/
como há muitos Severinos com mães chamadas Maria,/ fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias./
Mas isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia,/
por causa de um coronel que se chamou Zacarias/
e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria./
Como então dizer quem fala ora a Vossas Senhorias?/ Vejamos : é o Severino da Maria do Zacarias,/
lá da serra da Costela, limites da Paraíba.
Obrigado pelo seu contributo, caro Paulo Araujo.
Enviar um comentário