«“Para mim, é complicado. Prefiro dizer nove seguidos.” O espanhol Pedro Gil, melhor marcador do campeonato de hóquei em patins, ainda tem problemas com a palavra eneacampeão» («O eneacampeonato entrou no vocabulário corrente do FC Porto», Manuel Assunção, Público, 29.4.2010, p. 36).
Se o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora já regista pentacampeão e pentacampeonato, não vejo como possa deixar de acolher eneacampeão e eneacampeonato — embora desnecessariamente, pois trata-se tão-somente de juntar os antepositivos penta- e enea- a outros elementos. Com este último, os dicionários registam um pouco mais de uma dúzia de vocábulos. Imaginem agora o que seria despejar nos dicionários, por exemplo, todos os termos criados ultimamente com recurso ao antepositivo mega-, como mega-acontecimento, mega-aliança, megabanco, megabarragem, megabuzinão, megacampanha, megacentral, megacentro, megachurrasco, megaconcerto, megaempreendimento, megaerupção, megaescultura, megaevento, megaêxito, megaexposição, megafesta, megafestival, megafundo, megaigreja, megajantar, megajunta, megaleilão, megamissa, meganavio, meganegócio, megaobras, megaofensiva, megaoperação, megarrastreio, megarrebelião, megarrusga, megassucesso, todos eles usados na imprensa.
[Post 3399]
Sem comentários:
Enviar um comentário