6.4.10

Léxico: «oxodegradável» e «oxobiodegradável»

Mete gregos


      «De um lado, estão os promotores dos sacos oxo-biodegradáveis, que se fragmentam sob a acção de um aditivo, e que já estão em força em Portugal — por exemplo, na cadeia Continente e Jumbo/Pão de Açúcar. […] Quanto aos oxo-degradáveis, “apenas devem ser utilizados em situações muito pontuais”, diz [Rita Meneses, administradora da Cabopol]» («Sacos de plástico em guerra pelo título de “mais amigo do ambiente”», Ricardo Garcia, Público, 3.4.2010, p. 6).
      O elemento de composição antepositivo é ox(i/o)-, pelo que também se poderia escrever oxidegradável e oxibiodegradável — sem hífenes. Quanto ao primeiro, é assim mesmo que se vê na imprensa: «Os sacos produzidos em plástico oxodegradável, distribuídos em vários hipermercados como sendo biodegradáveis, ao fim de 10 meses continuavam sem se degradar nos destinos mais prováveis, verificou a Quercus. Esta constatação foi agora confirmada por um estudo do Ministério do Ambiente inglês» («Quercus diz que sacos não se degradam», Destak, 19.3.2010, p. 8). «Os sacos “oxodegradáveis” podem ser mesmo uma maravilha, mas eu senti-me enganado. E não foi por causa dos dois cêntimos. Hoje em dia já nem os arrumadores se dão ao trabalho de apanhar do chão as moedas escuras e pequeninas» («O problema dos sacos de plástico», Jorge Fiel, Diário de Notícias, 19.10.2008).
       Quanto à grafia usada no artigo do Público, há-de dever-se à influência — eufemismo para imitação acéfala e acrítica — do inglês oxo-degradable. Vade retro!

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