«Depois de passar o portão de ferro e os rododendros que ficavam por baixo da vedação do jardim, atravessou a tapada — que tinha sido vendida a um agricultor da região para pôr as vacas a pastar —, chegou à fonte, ao muro que a suportava e à reprodução à escala média do Tritão de Bernini, da Piazza Barberini, em Roma» (Expiação, Ian McEwan. Tradução de Maria do Carmo Figueira e revisão de Ana Isabel Silveira. Lisboa: Gradiva, 5.ª ed., 2008, p. 28).
A ideia que tinha, que foi confirmada pela consulta de corpora da língua, era a de que o substantivo tapada, nas suas várias acepções, é pouco usado entre nós. Quase só o usamos para nos referirmos à Tapada Real de Vila Viçosa e à Tapada da Ajuda, em Lisboa. A ligá-las, a mesma origem: a Sereníssima Casa de Bragança. Não há mais tapadas?
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3 comentários:
Então e o Tapada do Chaves, um excelente vinho alentejano?
Quando estive na tropa, muito andei na Tapada de Mafra... gostei tanto que só voltei lá, anos depois, quando li o Memorial do Convento!
Deixo a nota de que conheço o uso da palavra segundo duas formas, feminino e masculino: «tapada» e «tapado». Em terras de Aguiar, Alvão e Cerva é comum o vocábulo definir substantivamente campos destinados ao cultivo e ao pastoreio delimitados por muros de pedra e não tão somente por marcos.
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