3.6.10

Geórgia/Jórgia

Será mesmo necessário?


      Numa nota à resposta a uma consulta sobre topónimos urbanos, lê-se no Ciberdúvidas: «Para designar em português o estado dos Estados Unidos da América que se chama Georgia em inglês, a forma recomendada por Rebelo Gonçalves no Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa (1947: 353, n. 4) e no Vocabulário da Língua Portuguesa (1966) era Jórgia, que se distinguia assim de Geórgia, país do Cáucaso. Contudo, essa forma não logrou impor-se no uso, como se pode comprovar pelo facto de na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira e na Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura da Editorial Verbo ocorrer Geórgia como designação comum aos dois territórios.»
      Não logrou impor-se no uso, mas vai-se lendo de vez em quando, tanto em traduções como na imprensa: «O pai era, como antes dele o fora o seu pai, que foi pastor metodista na Jórgia» (A Mancha Humana, Philip Roth. Tradução de Fernanda Pinto Rodrigues e revisão de Fernanda Abreu. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2004, p. 337). «Segundo o diário Atlanta Journal-Constitution [AJC], a televisão do estado da Jórgia, no Sul dos Estados Unidos, transmitiu imagens da efígie, com cabeça negra, pendurada diante de um cartaz no qual se pode ler: “Plains, Jórgia. Reduto de Jimmy Carter, o nosso 39.º presidente”» («Boneco ‘Obama’ enforcado na Jórgia», Helena Tecedeiro, Diário de Notícias, 4.1.2010).
      Mas será mesmo necessário distinguir?

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