«Dou frequentemente com o verbo “existir”», escreve-me o leitor Pedro Ribeiro, «a ser usado em frases onde o verbo “haver” servia perfeitamente.» Acrescentou alguns exemplos: «O responsável assinalou que existem em Portugal cerca de 1,4 milhões de armas legais» (in Sol). «Existem 2,08 milhões de empréstimos à habitação» (in Diário de Notícias). «Porque não dizer que “há em Portugal cerca de 1,4 milhões de armas” ou que “há 2,08 milhões de empréstimos”?» E conclui: «Enfim, a minha sensação é que, como “haver” é um verbo irregular e que pode ser complicado de conjugar, muitos escritores acabam por se refugiar no “existir”. Mas não creio que as palavras sejam sinónimos.»
São sinónimos, pelo menos actualmente e numa das acepções, mas a peculiaridade do verbo haver no sentido de existir é a sua impessoalidade, o que é ignorado por alguns alunos, professores, políticos, jornalistas, revisores... Nos casos que indica, contudo, também eu mudaria os verbos.
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