«— E matar de preocupação o seu pai e a sua mãe? — perguntou Maria. — Menino Bruno, se tiver um pingo de bom-senso, vai ficar quietinho e concentrado no estudo e a fazer o que o seu pai lhe disser. Nós só temos de nos manter a salvo até tudo isto acabar. Pelo menos é isso que eu tenciono fazer. Afinal, que mais podemos nós fazer? Não nos cabe a nós mudar as coisas» (O Rapaz do Pijama às Riscas, John Boyne. Tradução de Cecília Faria e Olívia Santos e coordenação e revisão da tradução de Ana Maria Chaves. Alfragide: Edições Asa II, 7.ª ed., 2010, p. 60).
Boa parte dos falantes continua a crer, se é que pensam nisso, que se trata de uma unidade lexicalizada. A convicção (se o é) não é recente. «Bem, mas como o rejeitara como apaixonado, talvez decidisse mostrar mais bom-senso como mero amigo!» (Isabela, Ethel M. Dell. Tradução de Fernanda Rodrigues. Lisboa: Editorial Minerva, s/d, p. 202).
Entretanto, em jornais e revistas, com muito menos tempo para reflexão e revisão, escreve-se correctamente: «É um documento no qual o bom senso, justiça e progresso — a declaração da liberdade de culto, por exemplo — se cruzam com medidas duras e aparentemente gratuitas como a da proibição de símbolos religiosos no exterior de qualquer edifício, mesmo privado, que não reservado ao culto, e do uso de vestes talares pelos sacerdotes no espaço público» («A religião do reino», Fernanda Câncio, Notícias Magazine, 6.06.2010, p. 16).
Entretanto, em jornais e revistas, com muito menos tempo para reflexão e revisão, escreve-se correctamente: «É um documento no qual o bom senso, justiça e progresso — a declaração da liberdade de culto, por exemplo — se cruzam com medidas duras e aparentemente gratuitas como a da proibição de símbolos religiosos no exterior de qualquer edifício, mesmo privado, que não reservado ao culto, e do uso de vestes talares pelos sacerdotes no espaço público» («A religião do reino», Fernanda Câncio, Notícias Magazine, 6.06.2010, p. 16).
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