«Ao tratar dos nomes de cidades, línguas, grupos humanos, etc.», escreve o linguista e escritor espanhol José Antonio Millán (e eu traduzo), «convém distinguir entre a forma como se chamam a si mesmos e a forma como lhes chamam outros. Os habitantes da cidade de Londres chamam-na London, enquanto os que vivem na Alemanha se referem a ela como Deutschland. Chamamos ao primeiro termo destes exemplos exónimo, do grego ἔξω, éxō, “fora” e ὄνομα, ónoma, “nome”, e ao segundo, endónimo, de ἔνδον, éndon, “dentro”. As diferenças entre uns e outros são uma lição de História.»
Para quem, em algumas editoras, há alguns anos decidiu que devemos optar pelos endónimos é que a lição será mais completa e exemplar. Em português, é raríssimo encontrar os termos referidos. Encontramo-los aqui, no glossário do portal do Sistema Nacional de Informação Geográfica (SNIG).
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2 comentários:
Oh, nunca ninguém ficará satisfeito com as várias opções endoexónimas. Ainda aqui há tempos um dos cronistas da Ler se atirava ao ar dizendo que não se devia aportuguesar nada-de-nada, senão as pessoas iam à procura no Google e não descobriam (ou lá qual era o argumento)...
Mas há coisas piores, como «Mailand» por «Milano» em traduções do alemão, ou ainda «Mechlin/Malinas» em vez de «Mechelen/Malines».
O único dicionário brasileiro que registra esses termos é o Sacconi:
e.xô.ni.mo (x = z) s.m.(o) Nome pelo qual um topônimo é conhecido em outra língua que não aquela(s) falada(s) nativamente (p. ex.: Nova Iorque, Nápoles). 5 Antôn.: endônimo. 2 Do grego éxos = fora, externo + ónyma, por ónoma = nome.
"en.dô.ni.mo s.m.(o) Nome pelo qual um topônimo é conhecido em sua própria língua; topônimo nativo, autóctone (p. ex.: Los Angeles, New York, Napoli). 5 Antôn.: exônimo. 2 Do grego éndon = dentro, interno + ónyma, por ónoma = nome.
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