Isto globalmente, porque depois sempre encontramos casos de arrepiar. Como este: «O autarca de Oeiras, que ainda não foi notificado da decisão do TRL [Tribunal da Relação de Lisboa], foi absolvido do crime de abuso de poder e reaveu a posse de um terreno em Cabo Verde, que lhe tinha sido confiscado, assim como foi ordenada a devolução de bens apreendidos à ordem do processo, descontados que sejam os 197 266 euros de indemnização ao Estado que a Relação fixou, bastante menos do decidido em primeira instância, 463 mil euros» («Isaltino Morais não perde mandato», Carlos Rodrigues Lima, Diário de Notícias, 14.07.2010).
Defectivo, irregular, o verbo reaver está para além de tudo o que é de esperar — e por isso se tem de decorar. É imperdoável que um jornalista dê tal erro.
A terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo reaver é reouve (eu reouve, tu reouveste, ele reouve, nós reouvemos, vós reouvestes, eles reouveram).
[Post 3692]
1 comentário:
Na terceira pessoa hesitaria entre reouve e reaveu (a menos que o corrector do Word me alertasse, como o fez na redacção deste comentário), na primeira pessoa é que de facto nunca acertaria sem auxílio, e consideraria erro se visse escrito em qualquer parte "eu reouve...".
Língua difícil, a nossa. Temos muitas excepções, acidentes e anomalias. Aprendi mais uma. Obrigado.
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