5.8.10

Pronúncia

O caso da Portugal Telecom


      Contou-me ontem o revisor antibrasileiro que há uns anos ouviu alguém na rádio insurgir-se contra quem pronuncia a palavra «telecom» como «telécome». Até aqui, nada de novo. O argumento, contudo, soa a algo novo. Como o presidente da Portugal Telecom, na altura Luís Todo Bom, era um dos que pronunciavam assim a palavra, o comentador (fosse lá quem fosse) ainda se indignava mais e dizia que, a ser assim, o nome do presidente se devia pronunciar «Todo Bóme». Demasiado simplório? Talvez não. Em 1997, escreveu José Neves Henriques sobre a mesma questão no Ciberdúvidas: «Não se diz “telécome”, do mesmo modo que ninguém diz “bómbóme”, de bombom, pronunciando o m [/bombõ/] final. Do mesmo modo procederemos perante Telecom. A última sílaba pronuncia-se como a preposição com. Embora provenha do truncamento (ou partição) de Telecomunicações/ção, é, para todos os efeitos de pronúncia, uma palavra normal e independente como qualquer outra.»

[Post 3762]

2 comentários:

aquelabruxa disse...

Acho que dizer “telecome” tem a ver com a mesma tendência de dizer “comere”, “fazere” e até mesmo “dizere”.

R.A. disse...

Olhe que não! É mais uma moda americanista.
Alguns falantes de português não conseguem desligar-se da pronúncia original - "o meu meil termina em gê-meil ponto come". Deviam dizer: "o meu endereço termina em gê-meil ponto com" ou então assumir que estão a falar inglês e dizer "my mail ends as gi-meil dot come"...