7.8.10

Selecção vocabular

Nós não


      Habituámo-nos a ver os presidentes da República a agraciar personalidades e instituições, como antes o faziam os reis. Na última crónica de Pedro Lomba no Público — uma crónica nada original sobre a dificuldade de escrever uma crónica, aquela crónica —, ficámos a saber que aquele cronista faz o mesmo quando sai à rua: «Outro tema possível: estes amigos dos nossos amigos são o quê, pertencem a que categoria? Não são nossos amigos, mas também não são simples conhecidos, daqueles a quem agraciamos na rua por polidez» («A angústia do guarda-redes antes do penalty», Pedro Lomba, Público, 5.08.2010, p. 36).
      Não vejo, em todos os dicionários que consultei, acepção que se aproxime daquela que o texto pretende significar. E, de resto, vejo que andamos a ler o mesmo: Economia Portuguesa, as Últimas Décadas, de Luciano Amaral, um ensaio publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, justificadamente citado nos últimos tempos. E custa menos que uma revista: 3,15 euros.

[Post 3768]

Sem comentários: