Nada de corporativismos: de cinco em cinco anos, estou a encontrar um revisor que escreve «hífen» sem agá... O último foi no sábado. Ia sendo acometido de uma apoplexia. Bem, mas eu não queria falar disto, antes de um erro em que os jornalistas e os revisores do Correio da Manhã caem reiteradamente: «Uma doença subnotificada em Portugal, e sobre a qual a DGS quer ter informações sobre a sua prevalência, é a Doença de Chagas — transmitida através das baratas —, patologia que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a lançar um alerta sobre a sua propagação» («D.G. Saúde vai vigiar doenças tropicais», Cristina Serra, Correio da Manhã, 13.09.2010, p. 18).
O Dr. Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas, bacteriologista brasileiro, merece ter ali o seu nome, naturalmente, mas «doença» não merece honras de maiúscula.
[Post 3878]
1 comentário:
Prezado Helder,
Meu comentário não tem a ver com a "Doença", mas vale para corrigir o engano patológico. Não me consta que baratas transmitam a doença de Chagas, muito comum, infelizmente, no Brasil. Por isso, reproduzo o verbete do Houaiss sobre o "barbeiro", inseto transmissor da doença:
"ENT Brasil design. comum a diversos insetos hemípteros hematófagos, da fam. dos reduviídeos, subfam. dos triatomíneos, de ampla distribuição no Brasil e vetores do protozoário flagelado, causador da doença de Chagas; vivem entre as frestas das paredes e, à noite, saem para sugar o sangue dos moradores, esp. na face [sin.: bicho-barbeiro, bicho-de-frade, bicho-de-parede, bicudo, brocotó, cascudo, chupança, chupão, chupa-pinto, fincão, furão, gaudério, gaudero, percevejão, percevejo-do-sertão, percevejo-gaudério, procotó, quiche-do-sertão, rondão, vunvum."
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