«Manuel Gonçalves Silva, 72 anos, advogado de Gertrudes, é o ‘dinossauro’ da advocacia em Elvas, com quase 48 anos de actividade» (Correio da Manhã, 7.09.2010, p. 7). Para que raio estão ali as aspas? Bem, esqueçam isso agora. Esta é uma derivação por metáfora, regista, e muito bem, o Dicionário Houaiss. Mas vejam agora as diferenças. O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora ignora a acepção. O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa diz que é de uso figurado e significa a «pessoa ou instituição considerável, com vasta experiência». O Dicionário Houaiss, por seu lado, assevera que é a «pessoa ou instituição considerada ultrapassada, mantida pela tradição», e que o uso é pejorativo. Que acham os meus leitores?
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5 comentários:
Penso que as aceções coexistem, embora prevaleça a do «Houaiss». Acho isto por mera intuição. Quando Mário Soares, então o Presidente da República, chamou dinossauro a Fidel Castro, fê-lo na aceção do «Houaiss».
No Brasil é pejorativo; eu jamais chamaria de dinossauro a alguém que prezo pela cultura ou inteligência. E neste caso o significado é semelhante ao figurado de paquiderme.
E o Prof. Galopim de Carvalho, especialista na coisa, grafa "dinossáurio".
E esta ?
É aceitável, embora menos usada e está morfologicamente mais correta. E consta, desde 1899, no Cândido de Figueredo.
Das 4 ou 5 pessoas que consultei, nenhuma lhe deu o significado do Houaiss, sim do Priberam. Suponho que encerre marizes dos dois. Talvez algo preponderante, mas já vetusto ou até cediço.
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