«O rinoceronte é um narrador, sou eu [escritora e filósofa francesa Catherine Clément]. Foi um animal que existiu, sei tudo sobre ele, o ano em que nasceu e como viveu em Portugal e em Praga. Era um tipo de prenda habitual trocada entre chefes de Estado, e, em França, foi Mitterrand o último presidente a receber animais vivos. Foi-lhe oferecido um elefante com seis meses numa cerimónia peculiar, no primeiro andar da Torre Eiffel, e foi o cabo dos trabalhos para o fazer subir no elevador. A conscientização das questões ecológicas acabaram [sic] com essas trocas de presentes» («Afinal D. Sebastião não morreu», João Céu e Silva, «DN Gente»/Diário de Notícias, 2.10.2010, p. 16).
No Ciberdúvidas, um leitor queria conhecer a posição dos consultores sobre os termos conscientização e consciencialização, mas a resposta da consultora está quase inteiramente centrada na própria: «não há dúvida de que não conhecia o termo», «é mais uma palavra para acrescentar ao meu vocabulário». Francamente, isto até o dono do quiosque onde compro o jornal me saberia dizer. Posição, opinião. O termo parece ter sido criado pelo pedagogo brasileiro Paulo Freire (1921―1997), e é um conceito central na filosofia da educação daquele pedagogo. «Conscientização» está tão bem formado como «consciencialização», mas este último é quase exclusivamente o único que se usa e conhece em Portugal.
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1 comentário:
E não deveria o verbo ir no singular?
«A conscientização das questões ecológicas acabou com essas trocas de presentes»
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