5.10.10

Hífen em apelidos

Rejeitado pelo hífen


      «Em privado, o nome do ex-reitor da Universidade de Lisboa circulava como sendo o provável candidato dos comunistas às próximas eleições para Belém. O partido, no entanto, terá preterido o intelectual em favor do proletário. José Barata-Moura, que sempre a manteve o hífen no nome, não é o candidato. Mas está na luta, no papel de mandatário nacional de Francisco Lopes à Presidência da República, candidatura apoiada pelo PCP» («O filósofo que ajudava os meninos a comer a papa», Francisco Mangas, «DN Gente»/Diário de Notícias, 2.10.2010, p. 2).
      Dito assim, até parece que o hífen, e o que significa, é o argumento oculto do PCP para não o ter escolhido para candidato. E quanto a manter o hífen, parece ser uma determinação dele, pois na imprensa o nome aparece quase sempre sem hífen. Por outro lado, e, na verdade, o único aspecto (para além, obviamente, do sociolinguístico) que interessa, tem o ex-reitor da Universidade de Lisboa direito a usar o hífen no nome? Herdou-o ou acrescentou-o? Todos conhecemos casos de pura pretensão. Imaginem uma mulher portuguesa de apelido Maria Silva que casou com um Sr. Adlersflügel. Pode assinar Maria Silva-Adlersflügel? É claro que sim. Pode exigir que os outros o façam? É claro que não.


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