O pai do protagonista de uma obra que não posso, por ora, identificar (sem deixar de dizer, contudo, que é o melhor romance que li nos últimos anos, brevemente em tradução portuguesa), «insisted that without Latin nobody could write clear English». O que diria se, em vez de escocês emigrado no Canadá, fosse português. De importância fundamental, sem dúvida, o deveria reputar. Já uma personagem de Cervantes (e um cão, nada mais) dizia que «no tempo dos Romanos, todos falavam latim como sua língua materna, algum parvo deveria haver entre eles a quem o facto de falar latim não desculparia o de deixar de ser néscio».
[Post 3986]
3 comentários:
O primeiro da segunda trilogia de romances do autor.
Felizmente, com a citação em tela mais a ajuda do Google, é possível descobrir de quem se trata. Anotarei esse nome para quando surgir a oportunidade de lê-lo. =)
«Provindo do latim, como sabemos, o português, o espanhol, o italiano, o francês, etc., está claro que quem senhorear a língua-mãe, melhor fala, escreve, adquire, ou ensina aquelas línguas. Tem pois aqui o latim importância prática. [...] Os escritores esquecem-se de ordinário que escrever para o público é uma arte, que precisa de aprendizagem. [...] O instrumento da literatura é a língua; sabê-la bem, constitui por conseguinte a primeira condição para bem escrever. Alcança-se na mor parte o conhecimento da língua portuguesa com a lição circunspecta dos bons livros dos séculos XVI e XVII, os quais, por seu turno, devem no campo estético à literatura da antiguidade o prestígio de que gozam, pois que, além de nos sons, formas, vocábulos e sintaxe, ser o português uma das transformações do latim, recebeu, desde muito cedo, e paralelamente, influência dele por intermédio dos livros, e continuou a recebê-la até agora.»
É um pequeno extracto da «Lição inaugural na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa no dia 6 de Novembro de 1911», dada por José Leite de Vasconcelos e inserta na sua «Revista Lusitana», 1.ª série, vol. XIV, disponível em linha para quem sinta aguçar-se-lhe o apetite.
- Montexto
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