19.10.10

«Mestra» e «superiora»

Ignorância atrevida


      «Alexandra Paula Monteiro Pessanha, assistente e Mestra em Direito Público, foi o elemento do CJ [Conselho de Justiça] que não renunciou ao cargo» («Relatora do Sporting-Benfica não se demitiu», Sílvia Freches, Diário de Notícias, 11.10.2010, p. 47). Mais uma delatora da «violência de género», decerto. Mestra não é menos que risível, como, fora dos conventos, superiora: «O cenário de rota de colisão entre os investigadores do caso Freeport e a sua superiora, Cândida Almeida, está afastado mas os dois magistrados ponderam pedir a cessação imediata da comissão de serviço no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP)» («Procuradores de saída do DCIAP», Eduardo Dâmaso/Manuela Teixeira, Correio da Manhã, 12.08.2010, p. 28). Não me surpreendia nada que em ambos os casos tivesse havido mão de revisor — ou revisora. Uma desta espécie me aspou há dias o c de «héctico». Antes tivesse levado também o h, e teríamos ficado sãos. Saint-Esprit, sain d’esprit.

[Post 3987]

2 comentários:

Anónimo disse...

Deveras imperdoável. Erros primários, se me permite dizer.

Anónimo disse...

E todavia a tendência da língua portuguesa vai no sentido de permitir ou criar também formas do género feminino na designação de profissões de ordinário conhecidas no masculino, ao invés de outras línguas, por ex. o francês, - particularidade esta tratada por já não me lembro ao certo quem, talvez V. Botelho de Amaral, mas não tenho os meus livros comigo para verificar.
Entretanto, hajam vista no Ciberdúvidas da Língua Portuguesa os artigos «Técnica Superior», «O Sexo das Profissões» e «Mestra, de novo».
- Montexto