27.10.10

Ortografia: «bainha»

Tais como


      Por exemplo, neste caso: Fr. Gaspar da Cruz escreve que «há alguns chinas que criam unhas muito compridas, de meio palmo até palmo, as quais trazem muito limpas, e estas unhas lhe[s] servem em lugar dos paus para comer». Rui Manuel Loureiro anota: «Muitos chineses cultos e abastados deixavam crescer as unhas, que eram protegidas por baínhas de prata, como sinal evidente de que não necessitavam de exercer ofício manual. Contudo, a interpretação de Fr. Gaspar parece algo fantasista, tanto mais que não encontra abonação documental na época» (Tratado das Coisas da China, Fr. Gaspar da Cruz. Introdução, modernização do texto e notas de Rui Manuel Loureiro. Lisboa: Biblioteca Editores Independentes, 2010, p. 166). A obra não teve revisor (a propósito, hoje comemora-se em Espanha o Día del Corrector), e por isso ninguém sabia que as palavras graves cujo i tónico não forma ditongo com a vogal anterior e seguido de nh não levam acento.

[Post 4012]

1 comentário:

Anónimo disse...

Teoricamente - frise-se -, o responsável pela dita "modernização" do texto não deveria ser gente de Letras e, por isso mesmo, dispensar a revisão?