Ontem vi na RTP1 parte do programa Regresso ao Campo. Um dos entrevistados foi Alfredo Cunhal Sendim («parente afastado de Álvaro Cunhal, do ramo rico da família», disse a voz off), que tem feito um trabalho exemplar na Herdade do Freixo do Meio, com 1900 hectares, sobretudo no que diz respeito à preservação do meio ambiente. Assim, mostrou uma casa de banho seca: os dejectos, que caem para um alçapão em cima de serradura, transformam-se, ao fim de seis meses, depois de um tratamento térmico, em adubo. Lembrei-me de Fr. Gaspar da Cruz: «Até o esterco do homem aproveitam e é comprado por dinheiro, ou a troco de hortaliça, e o levam das casas; de maneira que eles dão dinheiro, ou coisa que o valha, por lhe[s] deixarem limpar as privadas» (Tratado das Coisas da China, Fr. Gaspar da Cruz. Introdução, modernização do texto e notas de Rui Manuel Loureiro. Lisboa: Biblioteca Editores Independentes, 2010, p. 144). E quem é que, actualmente, usaria a palavra «esterco» para designar os dejectos humanos?
[Post 4037]
1 comentário:
Granjeiros e outra gente do campo, a quem o ouvi, não há assim tanto tempo.
- Montexto
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