Rio Varosa, onde Tomaz de Figueiredo pescou centenas
de belas trutas de pintas negras. Imagem daqui
«Eu próprio todo me pélo por sacar da babugem que orla as torrentes, e onde mosquinhas e efémeras sobrenadam, a truta de pintas pretas, dita da serra e denominada relho, vocábulo nem recolhido nos dicionários, mas que lá vem no Mapa de Portugal, do padre João Baptista de Castro, senhora dona truta, essa, que ao sentir-se ferrada até chia, negaceando-a, à inglesa, com uma march-brown, ou com o soajeiro bicho de pena de cuco, no extremo de uma seda dos Hardy Bros. Ltd, de Alnwick, afamados em todo o mundo» (Tiros de Espingarda, Tomaz de Figueiredo. Lisboa: Editorial Verbo, 1966, p. 40).
É espantoso, eu sei, mas o certo é que o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora recolhe o vocábulo: «truta pertencente a uma espécie pouco vulgar em Portugal, também conhecida por truta-marisca». Já o Dicionário Houaiss, sem relho nem trabelho, é caso para dizer, omite-o.
A march-brown (ou march brown), de nome científico Rhithrogena germanica, não tem chamadoiro em português, ou Tomaz de Figueiredo sabê-lo-ia. Quando era notário em Tarouca, arrancou centenas de trutas ao rio Varosa.
[Post 4125]
2 comentários:
Ora aí está. Permita-se-me que me repita: dicionários - todos necessários, nenhum suficiente.
- Montexto
Velho e relho?
Enviar um comentário