26.11.10

«Solarengo/soalheiro»

Mais um inimigo


      «Estamos em Vila Nova de Cerveira. Sobe-se à serrania onde um cervo metálico se impõe aos humanos que se quedam ao fundo do vale, à beira-rio. O Minho espreguiça-se, úbere, direto à foz, sem pressas. É outono solarengo, ao contrário do primeiro parágrafo do texto do livro, bela frase» («Dos frades até às artes», António Loja Neves, «Atual»/Expresso, 13.11.2010, p. 34).
      Se o realizador, actor, jornalista e programador e — sobretudo, sobretudo — coordenador do Gabinete de «Copydesk» do Expresso António Loja Neves escreve assim, talvez esteja na hora de... nos revoltarmos! Calma, calma, estou a brincar, não quero mais inimigos. Pelo menos hoje. (Mas não aduzam, excepto como piada, como argumento de autoridade que o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, os dá como sinónimos.)
      «Para além da vidraça esmorecia um cristalino entardecer soalheiro, frio mas adoçado pelo seco da altitude» (Tiros de Espingarda, Tomaz de Figueiredo. Lisboa: Editorial Verbo, 1966, p. 205).

[Post 4126]

2 comentários:

Anónimo disse...

Da Academia das Ciências de Lisboa... Oh tempos, oh dicionários!
- Montexto

Anónimo disse...

Depois daquilo que o Sr. António Loja Neves fez nas sucessivas edições do Campeonato da Língua Portuguesa (felizmente defunto), este tipo de deslizes só pode surpreender os menos atentos.