«No calão policial americano, chama-se “inside job” a um roubo ou crime perpetrado “de dentro”, por pessoas que trabalhavam no local onde se deu o delito. Charles Ferguson não podia ter achado um melhor título do que Inside Job para o seu documentário sobre a crise financeira global (em português: A Verdade da Crise), que se estreia hoje em Portugal, já que os responsáveis pela mesma estão situados no coração da finança internacional» («Tudo o que queria saber sobre o estoiro financeiro», Eurico de Barros, Diário de Notícias, 11.11.2010, p. 45).
Ficamos a conhecer um pouco mais — da gíria policial, caro Eurico de Barros. E agora os atropelos à ortografia: «O filme tem também os seus “heróis”, na pessoa de alguns daqueles que previram o que ia acontecer e foram ignorados, criticados ou até troçados pelos seus pares. É o caso de Raghuram Rajan, que em 2005, quando estava no FMI, escreveu um estudo sobre o meltdown financeiro que se deu em 2008, perfeitamente evitável, segundo ele (e Ferguson). O cocktail de irresponsabilidade estatal, ganância, crédito à tripa-forra, práticas anti-éticas e falta de prudência e do mais elementar bom-senso, resultou na crise que nos cerca por todos os lados. Charles Ferguson puxa pelos seus galões de especialista em política e de antigo empresário de sucesso para se defender da acusação de “anti-capitalista” que lhe chegou a ser feita por causa de A Verdade da Crise: “Não sou anti-capitalista nem anti-negócios. Sou, no entanto, contra a criminalidade em grande escala.”» (Sim, eu sei que alguns dicionários registam «à tripa-forra» e «bom-senso».)
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1 comentário:
Qual é exatamente o problema de usar-se "calão" naquele contexto?
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