1.11.10

«Sem falar palavra»

Que cada um diga (I)


      «Todo esto estaba mirando Leonisa, que ya había vuelto en sí; y, viéndose en poder de los corsarios, derramaba abundancia de hermosas lágrimas, y, torciendo sus manos delicadas, sin hablar palabra, estaba atenta a ver si entendía lo que los turcos decían» — Cervantes. Espanhol até ao tutano? «Foi isto coisa que pôs os loutiás em grande admiração, e como atónitos e fora de si estiveram um grande espaço olhando um para o outro sem falarem palavra» — Fr. Gaspar da Cruz. Português de lei?

[Post 4034]

5 comentários:

Anónimo disse...

Ambas as coisas.
- Montexto

Paulo Araujo disse...

Frase abonada no Aulete, versão original:
"Sem dizer palavra. . . endireitou para a abadia. (Herculano)."

Anónimo disse...

Pois é, Paulo Araujo; eu ia comentar que, com o verbo "dizer", isso era-me perfeitamente comum.

Venâncio disse...

Os corpora de Davies/Ferreira assinalam 66 vezes SIN HABLAR PALABRA contra 2 vezes SEM FALAR PALAVRA e 1 vez SEM FALAREM PALAVRA.

O "ambiente castelhano" das primeiras atestações portuguesas é evidente.

[Remeto para comentário meu ao "post" seguinte].

Anónimo disse...

«FALAR. 2.º – V. t. Proferir por palavras, significar, dizer: disse que o havia de falar ao pai; falou-lhe as verdades; a falar a verdade, não o creio; «o que noto aqui e reparo muito, é que não falou Cristo uma só palavra em predestinação», António Vieira, «Sermões», VII, 5, § 7, p. 167; «Disseram os dois: escutemos o que fala, e cheguemos de mansinho», Manuel Bernardes, «Estímulo Prático», ex. 1, p. 1; «A mim todavia me quere [«sic»] parecer que o falar gente palavras do uso comum é coisa útil para nos entendermos», Camilo, «A Queda de um Anjo», cap. 9, p. 77 («Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira», Editorial Enciclopédia, Limitada, Lisboa, Rio de Janeiro, vol. 10, p. 849-850).
- Montexto