13.12.10

Toponímia oliventina

Imagem tirada daqui
Bom exemplo


      Tanto me surpreendem as ausências, de que já aqui dei dezenas de exemplos, de vocábulos dos dicionários como a sobrevivência de outros. É o caso. Os dicionários mais vulgares da língua portuguesa continuam a acolher o vocábulo esnoga. Já conheciam? Talvez soe familiar a quem leu uma notícia no Verão que dava conta de as autoridades espanholas terem permitido que 73 ruas de Olivença voltassem a ostentar os nomes originais. (Mas coincidiu com o Mundial da África no Sul, e andava tudo aluado...) Ora bem, um desses arruamentos é a Rua da Esnoga, justamente porque nela se situava a sinagoga, a judiaria quinhentista de Olivença. Esnoga é, a par de outras, uma variante de «sinagoga». Lia-se no Diário de Notícias: «A toponímia original das ruas, que nalguns casos remonta à Idade Média, é inspirada nos antigos grémios de artesãos (como as ruas dos Oleiros e dos Saboeiros), em pessoas notáveis da vila (becos de Rui Lobo e João da Gama, faceira de Afonso Mouro, rua de Maria da Cruz) ou em santos de devoção popular (entre os quais São Bartolomeu, São Bento e Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal) («Ruas de Olivença voltam a ter nomes portugueses», Luís Maneta, Diário de Notícias, 11.06.2010, p. 16). Atentem em faceira de Afonso Mouro. Poucos dicionários registam o termo «faceira». Faceira designa a terra de lavoura, fértil, perto de povoação.

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