19.2.11

«Lord/lorde»

Esotérico

      «Paul Johnson enumera outros exemplos. O lorde trabalhista Clifford Allen, ex-director do jornal Daily Herald, afirmou-se “convencido” de que Hitler alimentava “um desejo genuíno de paz”. O arcebispo Temple, de York, elogiou o “grande contributo” do chanceler para “a paz e a segurança”. Lord Lothian, futuro embaixador britânico nos EUA, foi ao ponto de invocar o Tratado de Versalhes imposto aos alemães em 1919 para justificar as perseguições aos judeus» («A diferença entre um estadista e um político», Pedro Correia, «DN Gente»/Diário de Notícias, 19.02.2011, p. 7).
      Deixe ver se percebo, caro Pedro Correia: se aparece isolado, é aportuguesado, «lorde»; se aparece junto de um nome próprio, é «lord». É isto? Critério tão estranho...

[Post 4463]

5 comentários:

Anónimo disse...

Vacilações...

Mais grave me parece este, que bole com a santa sintaxe, ameaça generalizar-se, e por isso não é a primeira vez que exponho no pelourinho:
«‘Nina’, a bailarina escolhida para tanto ser luz como trevas, uma verdadeira máquina de dançar, trava um pas-de-deux bélico com ela própria»: «Caixão de Música», crónica de Joana Amaral Dias no Correio da Manhã, 13.02.2011, em linha.
O pessoalzinho moderníssimo, no seu confusionismo endémico e crescente, deixou de saber distinguir os casos em que se deve empregar «com ela própria», «com elas próprias», e «consigo própria», «consigo próprias».
Destoutro mimo — «O ‘Cisne Negro’ resulta porque dança sobre as cabeças dos espectadores», — em que há duas incorrecções, já nem vale a pena falar...
Os moderníssimos também já não enxergam diferença apreciável entre «seu», «seus» e «dele», deles», e sai-lhes, por ex: «A única coisa que se espera é que sejam os nossos parceiros europeus a defender os nossos interesses, recusando a proposta de Merkel. O eng. Sócrates, definitivamente, já só defende os dele.»

Alguma alma caridosa que lhes envie pelo correio uma gramática de primeiras letras, mas menos moderna do que eles...
— Montexto

Bic Laranja disse...

A Joana Dias nem merece a pena. Merece?
Cumpts.

Anónimo disse...

Basta olhar para ela: vê-se logo que merece, e amplamente, caro Bic.
Agora reparo que me esqueceu indicar a autoria do último excerto: vai direitinha para o moço J. P. Coutinho, «Portugal à Venda», Correio da Manhã, em linha.
— Montexto

Anónimo disse...

Mais exemplos (mas são às mancheias):
«António Barreto: — ... ele [J. Sócrates] acredita nele próprio...
Manuela Moura Guedes: — Acha mesmo que ele acredita nele próprio?»
Quem duvide confirme no vídeo do Correio da Manhã com a entrevista em linha.
É mais uma variante do português, a bordalenga (não, nada que ver com Bordéus).
— Montexto

Bic Laranja disse...

Não funciona a remissão para a Joana Dias.
Claro que se o que aqui a traz é uma questão de morfologia, então merece toda a pena, sim.
Cumpts.