Agora é tarde
Excelente, o documentário Orlando Ribeiro, Itinerâncias de um Geógrafo, que ontem passou na RTP2 (e que podem ver aqui). A certo momento, vê-se o geógrafo a ser entrevistado para a RTP a propósito da erupção do vulcão dos Capelinhos, em 1957. «Infelizmente não é possível oferecer — como é que se chamam as pessoas que escutam isto?... os telespectadores, são os telespectadores — os ruídos do vulcão, de modo que para os substituir, muito tristemente, aliás, vamos dizer alguma coisa sobre a erupção.» O repórter informou-o de que as pessoas que escutavam (e viam) aquilo se chamavam «telespectadores». Orlando Ribeiro profere duas vezes a palavra, como que a saboreá-la, a experimentá-la, articulou o c. Era então palavra nova — e desnecessária, como por essa altura Vasco Botelho de Amaral demonstrou.
[Post 4433]
3 comentários:
Também reparei nisso.
Aproveitemos igualmente nós pelos cabelos esta oportunidade, mas de dizer bem — tão difícil, de rara, — para saudar em Orlando Ribeiro um cientista que era também um óptimo escritor, que se lê melhor e com mais proveito do que muitos da chamada literatura amena. Um prazer lembrar aqui o título Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico.
— Montexto
É como se diz e se usa (muito) aqui:
espectador, telespectador (com 'c' sonoro); mas, espetáculo; telespetáculo não existe (ainda!)
Tarde?
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