5.3.11

«Holocausto», de novo

Ainda vai pegar

      Parece que passou a ser doutrina no Diário de Notícias: «Holocausto» é sempre com minúscula inicial: «Se se espera que o meu livro esclareça quais as origens e o processo do racismo; como se constroem os falsos protocolos ou o caso Dreyfus, então é revelador. Já agora conto que recentemente, em Jerusalém, um arquitecto que escapou ao holocausto veio dizer-me que só agora é que compreendeu como é que o anti-semitismo se formara. Eu construí uma personagem miserável, um mentiroso, que não tem nada a ver com o que penso» (resposta de Umberto Eco a uma pergunta de João Céu e Silva, em entrevista para o Diário de Notícias. «O terrorista intelectual», «DN Gente»/Diário de Notícias, 5.03.2001, p. 5).
      (O maior esforço do jornalista, que poucos, os ecomaníacos e os outros, lhe agradecerão, foi mostrar Eco como uma pessoa antipática e até um pouco tonta. É para rir — e lamentar.)

[Post 4524]

2 comentários:

Anónimo disse...

De fustigar mais o seguinte:

• «só agora é que compreendeu como é que o...»: é que, é que: ninguém escreve duas frases sem as polvilhar destas partículas de realce... da tolice de quem as emprega;
• «que não tem nada a ver com o que penso»: em português estreme e inteiro, e não aguado por francesias, nem castrado pela imitação insciente e acéfala: «que não tem nada que ver com o que penso», ou, ainda mais simples: «que não tem nada com o que penso».
Até que a voz me doa.
— Montexto

Paulo Araujo disse...

"O qual nada tem a ver com meu pensamento", seria minha proposta 'desquesada'; não sei se tem barbarismo entremeado, Deus me acuda!