Castiço, ou quase
E se a língua portuguesa tivesse o frequentativo do verbo remar, algo como *remicar, não dava jeito? Temos outro, para dizer o mesmo: mupicar: remar com desembaraço, em remadas miúdas. Mas venho aqui para falar do discurso de Jerónimo de Sousa, o nosso Lula da Silva. Sobre as eleições legislativas que se vislumbram para breve, afirmou: «[…] e, nesse sentido, pronto, enfim, vamos dizer ao povo português, alertá-los para que não queira sair da frigideira para cair ao lume.»
[Post 4604]
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E também temos o verbo ciar, do castelhano (atenção, Venâncio) ciar, remar para trás. Camilo usou-o, mas é verbo pouco pronunciado entre nós, porém ultimamente muito praticado, sobretudo nas «altas esferas».
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Suposto que não fiquem a dever nada à concordância — gramatical e outra (mas, enfim, haja alguém ou algo a que não se deva nada!), — ainda assim, os nossos tribunos, e não só os da plebe, são dos mais gárrulos e disertos: haja vista o que nos noticia o bom e velho Rentes, no seu blogue «Tempo Contado», 13.02.2011, sobre «os bisnetos do Alpedrinha», actualmente eurodeputados em Bruxelas, os «kleine landem, grote mond», e o «número médio dos discursos de cada eurodeputado por país membro».
Mas o dom já vem de longe: como argumentava não sei que personagem das «Guerras do Alecrim e Manjerona»: «Já que do mais somos minguados, sejamos ao menos fartos de palavras.» Sempre é uma consolação: vai-se desopilando…
— Montexto
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