Se
Se Portugal fosse mesmo multicultural, como alguns juram que é (aqueles, professores, que vão agora, com o AO90, passar a admitir que os seus alunos escrevam «fenômeno» «bebê», «anistia»...), de fora dos dicionários da língua portuguesa não ficariam as acepções de termos como «gasosa», «refresco» e mesmo «propina», todas formas coloquiais de referir o suborno, a corrupção, respectivamente, em Angola, em Moçambique e no Brasil. As nossas luvas. Ah, mas dispensamos o cosmopolitismo de kickback, bustarella, bakchich e outras. (Talvez aqueles professores passem também a dizer e a escrever, como pouquíssimos brasileiros fazem, «corrução»...)
[Post 4512]
2 comentários:
Essa foi interessante: meu pai sempre se rebelou indignadamente contra os políticos 'corrutos'; ainda hoje, no Nordeste, os mais idosos resistem a pronunciar este 'p' espúrio (para eles).
Parece-lhes que a corrução é algo ainda mais grave, criticável e abjeto que corrupção.
O problema (acredito) é que nós, todos lusofalantes, não gostamos de consoantes juntas que não formam sílaba. Não é, de fato, um encontro, é uma chegança.
Pois, segundo sei, o pê da corrupção só tornou ao português em 45 por ser pronunciado justamente no Brasil. Esse e o cê do aspecto.
No primeiro caso acabou por ter retorno na fala portuguesa, no segundo não. Quando pronunciamos corrupção, cuido que seja melhor dizê-lo com todas as letras, deve ser isso.
Cumpts.
Enviar um comentário