Fahrenheit 451
Só hoje vi o novo livreco da Porto Editora sobre o Acordo Ortográfico de 1990. Já tinha lido isto no sítio da editora: «Entretanto, a Porto Editora anuncia a publicação de Acordo Ortográfico — As Novas Regras, Todas as Palavras que Mudam, um livro prático que promete constituir-se numa edição de referência para todos os portugueses.»
Ora vejamos só um exemplo de como a publicaçãozinha não merece que se depositem nela tais esperanças. Página 29: «cor-de-rosa → cor-de-rosa ou cor de rosa». A sério?! Mas no n.º 6 da Base XV («Do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares») do AOLP pode ler-se: «Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen, salvo algumas exceções já consagradas pelo uso (como é o caso de água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa).» Não queria ler mais, mas ainda li na mesma página isto: «cor-de-laranja → cor de laranja». Chega: isto não é gato por lebre, é papel por livro. Desembrulhe, se faz favor.
[Post 4643]
3 comentários:
Valente hífen! Troca as voltas ao mais pintado... Tracinho luciferino. Cada vez me deixa mais azabumbado e admirativo com as suas partes gagas. Sim senhor!
— Montexto
Gostei da referência ao Fahrenheit 451: muito propícia!
É não está facil, nem para os Portugueses e nem para nós Brasileiros,mas vamos lá! aos poucos se pega o jeito.
Parabéns pelo seu Blog.Abraços
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