Sob, sob, sob
«Ia começar assim esta crónica: “Como muita gente desorganizada, mando mails a mim próprio do meu iPhone... iPhone soa sempre mal. O próprio iPhone acrescenta pirosamente, à sucapa, a cada mail que manda: Sent from my iPhone. Para assinalar que é um mail digno de tratamento especial: não vem de um telemóvel qualquer» («O auto-spam», Miguel Esteves Cardoso, Público, 5.04.2010, p. 39).
Miguel, Miguel, que desgosto... então agora escreve assim, «à sucapa»? Então não é à socapa? Vem de sob + capa. E sob capa de é locução, agora caída em desuso, que significa «pretexto». Lede os Diálogos de Frei Amador Arrais.
[Post 4656]
6 comentários:
Caro Helder, parece que já se esqueceu: «aquilo que parece um erro é, na verdade, uma audição do futuro», como disse o nosso homem, na sua crónica do Público, de 08.03.2011 (sim, ainda o das abóboras). E artista moderno que se preze vive a perscrutar e a antecipar o futuro, que pelo visto se vai anunciando por novidades que parecem erros, — e, acrescento agora eu, não poucas vezes o são, o que raro os impede de vingar.
— Montexto
«Self-fulfilling promises», caro Montexto.
«prophecies», queria eu dizer.
Helder, meu amigo e professor: desculpe, mais uma vez, a minha sucata anti-ortográfica. Fui atrás do sub e não do sob, colonizado ainda, escusadamente, pelo latim dos romanos e esquecido das melhorias do português.
Nunca mais acontece (espero eu).
Um abraço amigo,
Miguel
Foi bom ver o MEC por aqui, ainda por cima com uma atitude que só lhe fica bem.
Já agora, lembro-me de em menino, em drogarias, ter ouvido da subcapa a propósito da Valentine ou da Robbialac, termo que não acho agora no Priberam nem na 5ª ed. do dicionário da Porto que ali tenho.
Valho-me do Poliprep 410 para madeiras, do catálogo electrónico...
Talvez tenha pesado no subconsciente do M.E.C. a pintura estalada no portão da casa.
Cumpts.
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