Talvez fodere
«O vocábulo fóssil deriva do termo latino fodere, “desenterrar”, via fossile, que significa “desenterrado”» (O Dedo de Galileu, Peter Atkins. Tradução de Patrícia Marques da Fonseca e Jorge Lima. Revisão de Ana Isabel Silveira. Lisboa: Gradiva, 2007, p. 22). Julgava lembrar-me que effodere (ou refodere) é que é, em latim, desenterrar; fodere é apenas escavar; infodere é, pelo contrário, enterrar. Seja como for, não queria deixar de partilhar o conhecimento desta etimologia.
[Post 4768]
2 comentários:
Amoenitates grammaticae, diria Baudelaire ou o Palito Métrico.
— Montexto
Mais amenidades:
«Quase quarenta anos após a mítica revolução de Abril, o seu histórico e quase epónimo herói, embora sabendo-se simples estratega de uma inédita e colectiva revolta militar, revisita o que agora baptiza, em lembrança de um verso não menos mítico de Sophia, de “Dia Inicial” (Eduardo Lourenço, prefácio ao livro O Dia Inicial, de Otelo Saraiva de Carvalho, Objectiva, Março de 2011, p. 13).
De «estratega» já aqui se curou; agora, novíssimos, reparai outra vez no que o velhíssimo Camilo deixou dito pela boca de Calisto Elói, «um lavrador lá de cima», sobre o emprego do verbo «saber» em passos quejandos e outras inovações: «“Delineamentos de assassinato”! Que é isto? ‘Assassinato’ é coisa que me não cheira a idioma de Bernardes e Barros. Seja o que for, é coisa horrível que sai das cadeias com seus delineamentos, contra homens que ‘os presos sabem ricos’. Aqui, Sr. Presidente, neste ‘sabem ricos’ quem sofre o ‘assassinato’ é a gramática. O aticismo desta frase é grego de mais para ouvidos lusitanos» (A Queda dum Anjo, Oficina do Livro, Biblioteca Essencial, Agosto de 2008, cap. XVII, p. 123-124).
— Mont.
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