Os pães de Deu-la-Deu
Sempre gostei muito do nome Deu-la-Deu, talvez por me fazer lembrar lengalengas que me embalaram. Deu-la-Deu Martins — de quem só os concorrentes de programas televisivos nunca ouviram falar — figura no brasão de armas de Monção e era a mulher do capitão-mor desta praça, Vasco Gomes de Abreu. Estando este ausente, a fortaleza fronteiriça é sitiada pelas tropas de Henrique de Castela, comandadas pelo avançado da Galiza, D. Pedro Rodrigues Sarmento. Deu-la-Deu, que remédio, tomou o comando da defesa da praça, tentando repelir os sitiantes. A determinada altura, já o cerco durava há dias e as provisões eram escassas e a fome cercava os monçanenses, mandou recolher toda a farinha que existia na praça, com a qual fez pães que lançou aos inimigos, gritando-lhes que se precisassem de pão, de que eles, sitiados, estavam bem providos, era só dizerem. Como os sitiantes também já sofriam as agruras da fome, decidiram, pensando que pela fome não conquistariam a praça, levantar o cerco e seguir para Castela.
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