Velhas glórias, velhos erros
Na sexta-feira, num infausto momento de irreflexão, liguei a televisão. Caí na RTP1, na homenagem ao fadista João Braga. Num ambiente intimista, calmo, eis que aparece o realizador Luís Andrade a conversar com o fadista. «Eu não mudei assim muito e tu sei que também não mudastes.» E é a ele que o sítio da televisão pública se refere como «uma das figuras mais sólidas e importantes da RTP»?
Em 2004, foi publicado pela Bizâncio um livro intitulado Gostastes? Contos de um país real, da autoria de João Viegas. Na altura, o editor viu-se na contingência de apor a seguinte nota na obra: «O erro intencional do título Gostastes?, que causou algum desconforto ao editor e muita satisfação ao autor, pretende ilustrar a falta de qualidade e exigência dos tempos que vivemos. Contudo, convém lembrar que esta palavra é a 2.ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo do verbo gostar, mas nunca, como muitas vezes é empregue, a 2.ª do singular, cuja forma correcta é gostaste.»