Passa muito tempo
Marcos Cóias e Silva, leitor habitual deste blogue, escreveu-me a dizer que leu no Expresso Economia uma entrevista ao armador George Potomianos em que se usava a palavra «hóbi». Pergunta-me se este vocábulo é correcto ou se é preferível usar o anglicismo «hobby». Caro amigo: entre «hóbi» e «hobby»… prefira «passatempo».
Repare que, a não ser que tenha sido uma entrevista por email, como a que a prioresa Maria Celina deu à revista Única (Expresso, n.º 1738, 18.2.2006), a palavra é do jornalista e não do entrevistado. E depois, pergunta-me? Bem, é que a tendência do Expresso para aportuguesar os estrangeirismos é bem conhecida de todos nós. Por vezes, parece ir à frente do tempo, outras, atrás do tempo, e outras ainda, a destempo.
Tentemos a analogia, esse poderoso instrumento do raciocínio. Até há pouco tempo, a ninguém ocorreria aportuguesar a palavra «lobby», e veja como agora em muitos jornais se escreve «lóbi», «lobista» e «lobismo». Até já estão dicionarizadas com estas roupagens portuguesas. Eu, que sou um pouco conservador (o que será deformação profissional, digo eu), não apenas escrevo, como recomendo que se escreva «ateliê», «dossiê», «tricô», etc.
Voltando a «hobby», deixo-lhe aqui as «Seis regras de Orwell», para ver como até um inglês — e eles não têm preconceitos: o que tocam é deles — prefere usar o que é nacional.
Orwell’s Six Rules
Marcos Cóias e Silva, leitor habitual deste blogue, escreveu-me a dizer que leu no Expresso Economia uma entrevista ao armador George Potomianos em que se usava a palavra «hóbi». Pergunta-me se este vocábulo é correcto ou se é preferível usar o anglicismo «hobby». Caro amigo: entre «hóbi» e «hobby»… prefira «passatempo».
Repare que, a não ser que tenha sido uma entrevista por email, como a que a prioresa Maria Celina deu à revista Única (Expresso, n.º 1738, 18.2.2006), a palavra é do jornalista e não do entrevistado. E depois, pergunta-me? Bem, é que a tendência do Expresso para aportuguesar os estrangeirismos é bem conhecida de todos nós. Por vezes, parece ir à frente do tempo, outras, atrás do tempo, e outras ainda, a destempo.
Tentemos a analogia, esse poderoso instrumento do raciocínio. Até há pouco tempo, a ninguém ocorreria aportuguesar a palavra «lobby», e veja como agora em muitos jornais se escreve «lóbi», «lobista» e «lobismo». Até já estão dicionarizadas com estas roupagens portuguesas. Eu, que sou um pouco conservador (o que será deformação profissional, digo eu), não apenas escrevo, como recomendo que se escreva «ateliê», «dossiê», «tricô», etc.
Voltando a «hobby», deixo-lhe aqui as «Seis regras de Orwell», para ver como até um inglês — e eles não têm preconceitos: o que tocam é deles — prefere usar o que é nacional.
Orwell’s Six Rules
1. Never use a metaphor, simile, or other figure of speech which you are used to seeing in print.
2. Never use a long word where a short one will do.
3. If it is possible to cut a word out, always cut it out.
4. Never use the passive where you can use the active.
5. Never use a foreign phrase, a scientific word or a jargon word if you can think of an everyday English equivalent.
6. Break any of these rules sooner than say anything outright barbarous.
George Orwell, Politics and the English Language