Esquemas mentais
O 24 Horas tentou hoje explicar-nos «o que é uma cardiopatia esquémica» (3.3.2006, p. 9). Como a jornalista, Rute Coelho, escreveu cinco vezes «esquémica», deduzo que é o esquema mental dela a funcionar e não uma gralha. Como qualquer dicionário poderia elucidar a jornalista, escreve-se «isquémico», «isquemia», e, logo, «cardiopatia isquémica». Imagino que a opinião do cardiologista Daniel Ferreira, do Hospital Amadora-Sintra, tenha sido recolhida por telefone. Uma vez que «esquémica» era o mais parecido ao que a jornalista conhecia, «esquema» e «esquemático», foi assim que escreveu. Não se lembrou de consultar um dicionário, de papel ou na Internet — como era seu dever como profissional. A meu ver, a língua é tão digna de protecção como as fontes, ou não?
O termo «isquemia» provém do latim científico, embora formado a partir de um vocábulo grego, e chegou-nos através do francês ischémie (o inglês, mais próximo do latim, é ischemia). Designa uma paragem ou insuficiência do fornecimento de sangue a um tecido ou a um órgão. Pode ser devida a vasoconstrição, a obstrução ou compressão arteriais.
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