A língua à mesa
Nessa altura eu não media 1,81, como agora. Ela sim, era a mais alta da turma; fazia, parecia-me então, duas de mim. Mas tinha um problema notório: até à 2.ª classe, foi incapaz, quer sob o efeito de blandícias quer sob a ameaça de sevícias, de pronunciar a palavra «mesa». Só muito depois é que eu soube que até ao século XVI o povo nasalava a palavra: mensa. Tal como ela. Nunca mais tive notícias da Amélia, mas quem sabe se não é agora professora de Linguística?
Nessa altura eu não media 1,81, como agora. Ela sim, era a mais alta da turma; fazia, parecia-me então, duas de mim. Mas tinha um problema notório: até à 2.ª classe, foi incapaz, quer sob o efeito de blandícias quer sob a ameaça de sevícias, de pronunciar a palavra «mesa». Só muito depois é que eu soube que até ao século XVI o povo nasalava a palavra: mensa. Tal como ela. Nunca mais tive notícias da Amélia, mas quem sabe se não é agora professora de Linguística?
3 comentários:
:-)))
Não resisto a uma grande gargalhada
Também ouvi isso, há longos tempos, na minha nativa Mértola. Mas pronunciada 'menza'.
O que é uma fusão das duas situações, e possivelmente uma hipercorrecção...
De hipercorrecção e de vestígios do português arcaico em algumas palavras ainda (mas cada vez menos, por razões óbvias) usadas pelo povo, como é o caso que vou referir amanhã.
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