É pouco mais ou menos isso
É impressão minha ou de vez em quando há, na Ordem dos Advogados, cursos sobre matérias jurídicas para jornalistas? Não os frequentam, garantidamente, todos os jornalistas que deles precisam. Vejamos esta frase, da autoria do jornalista Armando Rafael, no Diário de Notícias: «As tropas australianas renegociaram os termos da sua intervenção em Timor-Leste, de forma a poderem prender e interrogar todos os timorenses que forem apanhados em distúrbios, confrontos ou saques» («Australianos já podem prender timorenses», 30.05.2006, p. 12).
Prender, os militares? Nem em Timor-Leste nem cá, graças a Deus. O poder que eles têm é — o jornalista chega a usar a palavra, mas as duas anteriores referências a «prender» inquinam o texto — de procederem a detenções. Deter, interrogar, julgar, prender e, nos casos aplicáveis, executar, são poderes que têm de pertencer a instâncias diferentes, não é? Mesmo nos tempos que correm, quando se encontram reunidos nunca é para poupar dinheiro.
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