Patrulhar a língua
Não me queria tornar, ainda tão novo, apostilador do Ciberdúvidas. Contudo, outra consulta me faz querer acrescentar alguma nota. Trata-se, desta vez, da legitimidade do uso do vocábulo «patrulheiro». De facto, vejo-o registado pelo menos desde a 2.ª edição do Novo Dicionário Aurélio, em 1986. Entre nós, vejo-o usado desde há cerca de quatro anos para designar precisamente os cidadãos, habitualmente reformados, que patrulham as ruas das cidades, facilitando o atravessamento às crianças das escolas. Cheguei mesmo a ver algumas vezes um, todo senhor da sua autoridade e com uma braçadeira vermelha, em Odivelas. Em dicionários publicados em Portugal ainda não teve entrada. O que não é, todavia, motivo para deixarmos de o usar, se o entendermos necessário, evidentemente. Veja-se o que acontece com o vocábulo, tão politicamente conotado, «controleiro». Continua no limbo: nenhum dicionário que eu conheça o regista, e contudo ele segue a sua vida. Ultimamente, vi-o mesmo, mais liberto das peias políticas, proposto como tradução do inglês «controller».
Exemplar é, a este propósito, o trabalho da Academia Francesa, que no decurso de cada revisão do seu dicionário apresenta uma lista exemplificativa, disponível online, das palavras que suprimiu e das que admitiu, como se pode ver aqui.
Não me queria tornar, ainda tão novo, apostilador do Ciberdúvidas. Contudo, outra consulta me faz querer acrescentar alguma nota. Trata-se, desta vez, da legitimidade do uso do vocábulo «patrulheiro». De facto, vejo-o registado pelo menos desde a 2.ª edição do Novo Dicionário Aurélio, em 1986. Entre nós, vejo-o usado desde há cerca de quatro anos para designar precisamente os cidadãos, habitualmente reformados, que patrulham as ruas das cidades, facilitando o atravessamento às crianças das escolas. Cheguei mesmo a ver algumas vezes um, todo senhor da sua autoridade e com uma braçadeira vermelha, em Odivelas. Em dicionários publicados em Portugal ainda não teve entrada. O que não é, todavia, motivo para deixarmos de o usar, se o entendermos necessário, evidentemente. Veja-se o que acontece com o vocábulo, tão politicamente conotado, «controleiro». Continua no limbo: nenhum dicionário que eu conheça o regista, e contudo ele segue a sua vida. Ultimamente, vi-o mesmo, mais liberto das peias políticas, proposto como tradução do inglês «controller».
Exemplar é, a este propósito, o trabalho da Academia Francesa, que no decurso de cada revisão do seu dicionário apresenta uma lista exemplificativa, disponível online, das palavras que suprimiu e das que admitiu, como se pode ver aqui.
1 comentário:
O Ciberdúvidas não é a resposta última às questões de Português. Mesmo não sendo vinculativo, dou o meu testemunho.
Num Congresso neste momento a decorrer na FCSH da Nova, ouvi uma consultora lá deles a falar. Nem uma concodância.
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