Etimologia mística
Nome que se dava aos cristãos da Hispânia e da Sicília submetidos aos muçulmanos? São os moçárabes, pois claro. Para alguns, provém do árabe must’arab, que literalmente significa «o que se tornou árabe, que provém de outra raça». Segundo outros, procede do hebraico môsha hárâbba, qualquer coisa como «salvação ampla, plena». À primeira vista, até se diria o contrário: para os muçulmanos, a conversão significaria a completa salvação daqueles bárbaros.
Por vezes apresentado como sinónimo, mas que o não é, muladi (do árabe hispânico muwalladin, pl. de muwállad, e este do árabe clássico muwallad, «engendrado de mãe não árabe») era o cristão espanhol que durante a dominação dos árabes em Espanha abraçava o Islamismo e vivia entre os muçulmanos. O Grande Dicionário da Língua Portuguesa apresenta-nos uma definição algo nebulosa: «Muladi, adj. e s. 2 gén. Designação dada pelos historiadores árabes muçulmanos aos habitantes da Península Hispânica filhos de convertidos ao Cristianismo.» Nem o Dicionário Houaiss nem o Dicionário da Academia registam o vocábulo «muladi», falha mais estranha no primeiro que no segundo.
A diferença, apesar de tudo, é clara: o moçárabe estava submetido aos muçulmanos, mas conservava as suas crenças e o direito de continuar a praticar a sua religião. O muladi, por seu lado, é o cristão que se converteu ao Islamismo.
Nome que se dava aos cristãos da Hispânia e da Sicília submetidos aos muçulmanos? São os moçárabes, pois claro. Para alguns, provém do árabe must’arab, que literalmente significa «o que se tornou árabe, que provém de outra raça». Segundo outros, procede do hebraico môsha hárâbba, qualquer coisa como «salvação ampla, plena». À primeira vista, até se diria o contrário: para os muçulmanos, a conversão significaria a completa salvação daqueles bárbaros.
Por vezes apresentado como sinónimo, mas que o não é, muladi (do árabe hispânico muwalladin, pl. de muwállad, e este do árabe clássico muwallad, «engendrado de mãe não árabe») era o cristão espanhol que durante a dominação dos árabes em Espanha abraçava o Islamismo e vivia entre os muçulmanos. O Grande Dicionário da Língua Portuguesa apresenta-nos uma definição algo nebulosa: «Muladi, adj. e s. 2 gén. Designação dada pelos historiadores árabes muçulmanos aos habitantes da Península Hispânica filhos de convertidos ao Cristianismo.» Nem o Dicionário Houaiss nem o Dicionário da Academia registam o vocábulo «muladi», falha mais estranha no primeiro que no segundo.
A diferença, apesar de tudo, é clara: o moçárabe estava submetido aos muçulmanos, mas conservava as suas crenças e o direito de continuar a praticar a sua religião. O muladi, por seu lado, é o cristão que se converteu ao Islamismo.
[Espanhol: muladí e mozárabe.]
2 comentários:
óptimo artigo, é fixe saber que há gente que sabe o que é um muladi.
Na 3ª linha do 2º parágrafo não se deveria dizer "cristão espanhol" mas sim "cristão hispânico". Há uma diferença importante e significativa, ao menos para nós Portugueses, entre Hispânia (província Romana, à qual o actual território Português pertenceu) e Espanha (criada da unificação dos Reinos de Leão, Castela, Aragão e Navarra) à qual Portugal nunca pertenceu.
Portanto não se deve falar em espanhóis antes de 1492, mas sim de hispânicos. Razão tinha D. João II quando se indignou com o nome que os Reis Católicos deram ao Reino unificado que acabavam de formar com a expulsão dos árabes da península (reino de Granada). Acalmaram-no quando lhe disseram que não era Hispânia, mas sim Espanha. Parece o mesmo, mas em boa verdade não é.
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