10.2.07

«Bizarro» é galicismo?

Depende

      Por vezes, lemos que o vocábulo «bizarro» é um galicismo na nossa língua, devendo ser evitado. Ora, a verdade é que em certas acepções constitui galicismo, mas não noutras. José van den Besselaar, na obra que já aqui citei, lembra que este adjectivo significava, originariamente, «iracundo, furioso»; depois, «fogoso, brioso» e, mais tarde ainda, «luzido, elegante, loução». É nesta acepção, lembra ainda este autor, que Vieira emprega a palavra na História do Futuro: «exercitos tão notaveis por seu numero e grandeza, como bizarros por seu luzimento». O sentido de «excêntrico, esquisito, estranho» é uma inovação do francês, que se poderá datar do início do século XVI, a qual acabou por entrar em todos os idiomas da Europa, inclusive em italiano, língua do étimo. Nesta língua, bizzarro, que inicialmente era apenas «iracondo, collerico», por influência do francês passou a ser também: «che colpisce per stranezza e originalità, fuori dal comune, stravagante: temperamento bizzarro, gusti bizzarri, mio nonno è un vecchietto bizzarro

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