Campo do esférico
Apesar de julgarmos sempre viver no pior mundo possível no que diz respeito à língua, a verdade é que, no que se refere ao futebolês, por vezes tão ridículo, já se sofreram outras modas, como a de chamar «esferódromo» ao campo de futebol. Leiamos Vasco Botelho de Amaral: «Então peço licença para contar o seguinte:
O campo de futebol é um campo, está claro. Mas, às vezes, chama-se-lhe para aí com palavra inglesa — “ground”.
Outras vezes ainda, escreve-se, e não me parece mal: rectângulo.
Pois, não contentes com isto, os desportistas descobriram outra palavra toda grega: esferódromo. Como já havia aeródromo, hipódromo, velódromo, agora, para o jogo da bola, há o esferódromo. Acho a palavra engraçada, e não na tenho por mal formada, analogicamente, posto que me pareça um tanto supérflua.
Ora, se já tínhamos campo e rectângulo, ninguém, no entanto, protestou contra a inovação do esferódromo» (Subtilezas, Máculas e Dificuldades da Língua Portuguesa, edição da Revista de Portugal, Lisboa, 1946, p. 119).
Apesar de julgarmos sempre viver no pior mundo possível no que diz respeito à língua, a verdade é que, no que se refere ao futebolês, por vezes tão ridículo, já se sofreram outras modas, como a de chamar «esferódromo» ao campo de futebol. Leiamos Vasco Botelho de Amaral: «Então peço licença para contar o seguinte:
O campo de futebol é um campo, está claro. Mas, às vezes, chama-se-lhe para aí com palavra inglesa — “ground”.
Outras vezes ainda, escreve-se, e não me parece mal: rectângulo.
Pois, não contentes com isto, os desportistas descobriram outra palavra toda grega: esferódromo. Como já havia aeródromo, hipódromo, velódromo, agora, para o jogo da bola, há o esferódromo. Acho a palavra engraçada, e não na tenho por mal formada, analogicamente, posto que me pareça um tanto supérflua.
Ora, se já tínhamos campo e rectângulo, ninguém, no entanto, protestou contra a inovação do esferódromo» (Subtilezas, Máculas e Dificuldades da Língua Portuguesa, edição da Revista de Portugal, Lisboa, 1946, p. 119).
4 comentários:
Além dos aeródromos, hipódromos, velódromos e esferódromos.
No Brasil, ainda temos:
o Bumbódromo de Parintins-AM, com capacidade para 35.000 espectadores, onde, em festival folclórico, baseado em lendas de pajelanças indígenas de várias tribos e em costumes caboclos da Amazônia, competem o Boi Garantido (vermelho), que é o boi do povão, e o Boi Caprichoso (azul), que é o boi da elite;
os camelódromos, onde se reúnem vendedores de rua nas grandes cidades; e
os sambódromos, onde os carnavalescos festejam o Carnaval, sendo o mais famoso o do Rio de Janeiro, com capacidade para 88.500 espectadores.
Além dos aeródromos, hipódromos, velódromos e esferódromos:
a) o Navio-aeródromo A-12 São Paulo, antigo porta-aviões Foch – R 99, da Marinha da França, transferido e incorporado à Marinha do Brasil, em 15/11/2000;
b) os cinódromos, onde são realizadas corridas de cães, especialmente de galgos;
c) os fumódromos, onde é permitido fumar, em locais que proíbem essa prática;
d) os kartódromos, onde são realizadas as competições de karts; e
e) o Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, de onde são lançadas as missões espaciais Soyuz.
Obrigado pelo seu contributo, caro Roberto.
Mais uma contribuição, esta decorrente do seu "Léxico: Terródromo", de 21/8/07 11:02:
o Terródromo de Arraiolos.
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