Ignorância geométrica
Dizia o original francês, que tratava dos cinco poliedros regulares: «Il est possible de construire un nombre infini de polyèdres, de solides dont les faces sont des polygones quelqonques; il existe aussi un nombre ilimité de polygones réguliers que l’on peut inscrire dans un cercle (le triangle équilatéral, le carré, l’héxagone, le chiliogone avec ses mille côtés, etc.).» O tradutor achou, como não, se traduzir é tão fácil?, o seguinte: «É possível construir um número infinito de poliedros, sólidos cujas faces são qualquer polígono; existe também um número ilimitado de polígonos regulares que se podem inscrever num círculo (o triângulo equilateral, o quadrado, o hexágono, o chiliogone com as suas mil faces, etc.).» A frase que se seguia imediatamente a este trecho dizia, premonitoriamente, o seguinte: «Or, une des caractéristiques de l’intelligence humaine consiste à généraliser ce qu’elle découvre.» Sim, mas não generalizemos tanto, que ele há inteligências e inteligências. A do tradutor, por exemplo, não foi capaz de generalizar aqui. No contexto, se antes tinha o vocábulo «hexágono» e quanto a «chiliogone» até tinha a explicação de que tinha mil faces, como é que deixa por traduzir? Porque não investigou? Quilógono ou, até mais próximo do francês, quiliógono deveria ter escrito. Como se aquele chili- não fosse o mesmíssimo kilo- também francês e o português quilo-, elemento antepositivo com origem no grego χίλιοι.
Dizia o original francês, que tratava dos cinco poliedros regulares: «Il est possible de construire un nombre infini de polyèdres, de solides dont les faces sont des polygones quelqonques; il existe aussi un nombre ilimité de polygones réguliers que l’on peut inscrire dans un cercle (le triangle équilatéral, le carré, l’héxagone, le chiliogone avec ses mille côtés, etc.).» O tradutor achou, como não, se traduzir é tão fácil?, o seguinte: «É possível construir um número infinito de poliedros, sólidos cujas faces são qualquer polígono; existe também um número ilimitado de polígonos regulares que se podem inscrever num círculo (o triângulo equilateral, o quadrado, o hexágono, o chiliogone com as suas mil faces, etc.).» A frase que se seguia imediatamente a este trecho dizia, premonitoriamente, o seguinte: «Or, une des caractéristiques de l’intelligence humaine consiste à généraliser ce qu’elle découvre.» Sim, mas não generalizemos tanto, que ele há inteligências e inteligências. A do tradutor, por exemplo, não foi capaz de generalizar aqui. No contexto, se antes tinha o vocábulo «hexágono» e quanto a «chiliogone» até tinha a explicação de que tinha mil faces, como é que deixa por traduzir? Porque não investigou? Quilógono ou, até mais próximo do francês, quiliógono deveria ter escrito. Como se aquele chili- não fosse o mesmíssimo kilo- também francês e o português quilo-, elemento antepositivo com origem no grego χίλιοι.
2 comentários:
Sempre aprendi TRIÂNGULO EQUILÁTERO. Esta do «triângulo *equilateral» é nova para mim. Não será mais uma tipo do tipo «*fissuraização» por FISSÃO?
É do mesmo calibre, sim senhor.
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