Clássico mas pouco
Da recensão da obra A Civilização Grega, de André Bonnard (Edições 70), publicada por José Pedro Serra no Público/Ípsilon de hoje, extraio o seguinte parágrafo final, com interesse para tradutores e revisores: «A tradução de José Saramago é fluente e agradável, mas é inaceitável o modo descuidado como foram vertidos para português os nomes próprios gregos. De entre os muitos casos, indico apenas alguns exemplos mais flagrantes: Fénis (31) por Fénix; Nannô (88) por Nano; Árete e Cibele (130) por Arete e Cíbele; “Orésteia” (156, 168, 169, 179) por “Oresteia”; Átridas (168, 170, 171) por Atridas. No caso presente, não se trata de gralhas. Quanto aos nomes, a confusão é grande: Pártenon, ora aparece nesta grafia correcta (7, 195…), ora na incorrecta forma Parténon (193ss — ao contrário do que ocorria na tradução publicada em 1966); Eurípides, não poucas vezes, é mencionado como Eurípedes (97, 128, 134, 160…), e Erecteu aparece na grafia Erectêione (193) e Erecteion (231). Os mapas apresentam inúmeros erros, além de neles constarem designações em francês. É este mesmo descuido na edição que faz com que as poucas citações em grego estejam cheias de erros (466, 705). Esta obra justificava uma revisão cuidada dos nomes — e bastaria consultar F. Rebelo Gonçalves, “Vocabulário da Língua Portuguesa” ou Maria Helena Prieto, “Índices de Nomes Próprios Gregos e Latinos”» («A herança grega», José Pedro Serra, Público/Ípsilon, 7.09.2007, p. 39).
Da recensão da obra A Civilização Grega, de André Bonnard (Edições 70), publicada por José Pedro Serra no Público/Ípsilon de hoje, extraio o seguinte parágrafo final, com interesse para tradutores e revisores: «A tradução de José Saramago é fluente e agradável, mas é inaceitável o modo descuidado como foram vertidos para português os nomes próprios gregos. De entre os muitos casos, indico apenas alguns exemplos mais flagrantes: Fénis (31) por Fénix; Nannô (88) por Nano; Árete e Cibele (130) por Arete e Cíbele; “Orésteia” (156, 168, 169, 179) por “Oresteia”; Átridas (168, 170, 171) por Atridas. No caso presente, não se trata de gralhas. Quanto aos nomes, a confusão é grande: Pártenon, ora aparece nesta grafia correcta (7, 195…), ora na incorrecta forma Parténon (193ss — ao contrário do que ocorria na tradução publicada em 1966); Eurípides, não poucas vezes, é mencionado como Eurípedes (97, 128, 134, 160…), e Erecteu aparece na grafia Erectêione (193) e Erecteion (231). Os mapas apresentam inúmeros erros, além de neles constarem designações em francês. É este mesmo descuido na edição que faz com que as poucas citações em grego estejam cheias de erros (466, 705). Esta obra justificava uma revisão cuidada dos nomes — e bastaria consultar F. Rebelo Gonçalves, “Vocabulário da Língua Portuguesa” ou Maria Helena Prieto, “Índices de Nomes Próprios Gregos e Latinos”» («A herança grega», José Pedro Serra, Público/Ípsilon, 7.09.2007, p. 39).
3 comentários:
Tenho uma dúvida quanto à virgulação de uma frase:
"A organização do evento tem, desde a sua primeira edição, em 1980, sido encabeçada por..."
Este aparte interno faz com que a frase se torne incorrecta? Se sim, onde deverá estar colocada a pimeira vírgula?
Obrigada.
Beijinhos :)
A pontuação da frase está correcta, mas eu escreveria: «A organização do evento tem sido, desde a sua primeira edição, em 1980, encabeçada por...».
Não digo que os nomes próprios gregos e latinos sejam um enorme problema para os tradutores porque eles não têm problemas em passá-los para "português" a trouxe-mouxe.
Nos romances históricos esses absurdos são muito evidentes!
(Já agora, n'As Farpas editadas por Maria Filomena Mónica (Principia, 2004) podemos ler uma alegre confusão entre Varo e Varrão...)
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