E leiam-lhe os livros
É notícia do Público de hoje: «O escritor Aquilino Ribeiro (1885-1963) será, depois de amanhã, o décimo português a ser sepultado no Panteão Nacional com honras de Estado, juntando-se a três escritores, quatro Presidentes da República, um general e uma fadista, Amália Rodrigues. Por decisão do Parlamento, os restos mortais do autor de O Malhadinhas serão trasladados do Cemitério dos Prazeres para o Panteão Nacional, situado na Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa, numa cerimónia a que assistirão o Presidente da República, o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República» («Aquilino Ribeiro no Panteão Nacional», 17.09.2007, p. 8).
É notícia do Público de hoje: «O escritor Aquilino Ribeiro (1885-1963) será, depois de amanhã, o décimo português a ser sepultado no Panteão Nacional com honras de Estado, juntando-se a três escritores, quatro Presidentes da República, um general e uma fadista, Amália Rodrigues. Por decisão do Parlamento, os restos mortais do autor de O Malhadinhas serão trasladados do Cemitério dos Prazeres para o Panteão Nacional, situado na Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa, numa cerimónia a que assistirão o Presidente da República, o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República» («Aquilino Ribeiro no Panteão Nacional», 17.09.2007, p. 8).
5 comentários:
Como é possível ler-lhe os livros se as livrarias os não têm? A Bertrand é uma editora tão má... Código Da Vinci, sim, temos 10 mil exemplares. Malhadinhas? Está esgotado!
Como eu gostaria de concordar. Também existem, caro Ricardo, bibliotecas públicas. Para ler não precisamos imprescindivelmente de comprar um livro, não concorda?
Concordo! Claro que concordo, mas a questão que queria levantar tem que ver com a visibilidade que é dada aos autores que podem integrar o cânone literário português (e também de outras literaturas, mas estamos a falar disso agora) em todos os sectores ligados ao livro.
E há também alfarrabistas, se as pessoas como eu quiserem comprar os livros que lêem, porque gosto de sublinhar e não gosto de sublinhar os livros da biblioteca!
Na edição de 15 do corrente do «Expresso/Actual», pode ler-se que «a homenagem promovida por unanimidade pela Assembleia da República contempla ainda o lançamento de uma reedição de “O Malhadinhas”».
Desculpe a insistência, mas vamos lá ver.
Numa estante de livraria, Ribeiro fica ao pé de Rebelo. De Aquilino Ribeiro há um ou dois exemplares de fim da edição anterior; de Margarida Rebelo Pinto, há pelo menos um exemplar de cada livro.
Podemos ir a uma biblioteca ler? Podemos: sou leitor da Biblioteca da Faculdade de Letras e tenho à disposição toda a obra. Mas como tenho de falar na minha posição de estudante de literatura, sinto muitas vezes necessidade de riscar os livros. Para isso, prefiro os meus exemplares.
O problema que quis levantar no comentário inicial à sua exortação para que se lesse a obra de Aquilino tinha que ver com a não disponibilidade em mercado de livros importantes da nossa literatura — em particular, Aquilino Ribeiro. Isto (como aliás em tantas outras áreas) comparado com o que se passa no mercado anglo-saxónico é uma vergonha imensa. Nesse contexto cultural, está tudo publicado, à disposição. E baratos. O volume das obras completas de Shakespeare da Oxford University Press é mais barato do que algumas antologias de poesia lírica de Camões. E os livros não são apenas editados quando se comemora uma efeméride qualquer.
Penso que preservar a memória de um autor é isso: publicá-lo para poder ser lido; não basta fazer-lhe estátuas, dar o seu nome a uma rua — ou mover os seus restos mortais para o Panteão Nacional.
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