29.1.08

O uso do vocábulo «luso»

Isto não é normal


      Antigamente, os únicos Lusos conhecidos eram os garrafões da água mineral com esse nome. Hoje, em especial com os jornais gratuitos, os jornalistas começaram a desbastar no uso do substantivo «português» (e no plural, «Portugueses»). É o estilo e a falta dele. «Cerca de 1800 lusos presos no estrangeiro» (Meia Hora, 28.1.2008, p. 5). Com variações no Destak: «Quase 1800 lusos detidos no estrangeiro» (28.1.2008, p. 6). E ainda neste jornal: «Lusos divorciam-se mais após idade adulta de filhos» (Destak, 28.1.2008, p. 6). «O Campeonato da Europa de Maio é o momento decisivo da época, porque é a derradeira oportunidade para os lusos estarem em Pequim, o que seria a sexta participação consecutiva nos Jogos («Portugal em estágio com os melhores», Meia Hora, 25.1.2008, p. 19). «Doenças inflamatórias afectam 12500 lusos» (Meia Hora, 24.1.2008, p. 5). «Lusos discretos no mundial de Finn» (Meia Hora, 24.1.2008, p. 16). «O piloto luso vai disputar seis das oito provas pontuáveis possíveis: Suécia, Grécia, Turquia, Nova Zelândia, Japão e Grã-Bretanha» («A caminho do penta sem rival», Meia Hora, 24.1.2008, p. 16). «Pintasilgo recordada como “figura política do catolicismo” luso» (Meia Hora, 24.1.2008, p. 23). «Maria Carrilho, do Instituto de Estudos Estratégicos, diz que a comunidade islâmica lusa ambiciona a paz e o desenvolvimento» (Meia Hora, 21.1.2008, p. 1). E por aí fora.


1 comentário:

Anónimo disse...

Como jornalista atormentada durante anos pela chamada "ditadura da batida", posso compreender a utilização do "lusos" em vez do "portugueses": sendo uma palavra mais curta, torna mais fácil fazer o título, que geralmente tem um número limitado de caracteres. É simplesmente a lei do menor esforço (esperemos...)
Ana Lucas